domingo, 30 de setembro de 2007

"Minha Vida"

Deus me chamou para jogar um jogo.

Chamava-se “Minha Vida”.

Eu topei jogar numa boa.

E desde que me entendo por gente eu estou jogando.

24 horas por dia.

Sete dias por semana.

Freneticamente.

Sem parar.

Não posso dizer que tudo são flores,

De que não tenho minhas más rodadas e que simplesmente, me canso de jogar.

Quando tudo que eu mais gostaria era olhar para Deus e dizer “ok, eu perdi, desisto, posso voltar pra casa agora?”.

Mas eu não posso.

Mas eu não vou.

Porque eu sei que se os dados não me foram muito felizes nesta rodada,

Na próxima tudo poderá melhorar.

Ou não...

É isso que me mata.

O que eu não daria em troca da certeza da minha felicidade?

Em troca da certeza de que no final da vida eu seria o vencedor que voltaria para a casa de cabeça erguida e peito estufado.

Mas como tal certeza não me é possível, eu continuo a jogar.

E jogo, e jogo, e jogo...

Até o ponto quando eu me dou conta da real intenção deste jogo.

No qual o perdedor será aquele que viverá na ilusão de que o grande prêmio será entregue apenas no final,

E perderá sua vida a espera de uma recompensa que nunca virá porque não soube jogar.

E que quando na verdade tal prêmio está sendo entregue agora, em minúsculas parcelas no decorrer de todas as rodadas.

E que é preciso ser um expert no jogo para agarrá-lo.

Tal prêmio chama-se felicidade.

Não aquela Felicidade Utópica tão sonhada e pintada por todos,

Mas a felicidade efêmera, que se distribui heterogeneamente no decorrer do jogo.

E é tal heterogeneidade que me faz jogar,

E é a consciência da existência da tal que me torna um vencedor.

8 comentários:

Anônimo disse...

Caramba, tava inspirado em brother?? Muito bom o texto e penso assim como voc� tamb�m!! A vida � um jogo, onde o ganhador � aquele que sabe viver o dia a dia, sem pensar tanto no amanh� aquele que procura ser feliz hoje, aquele que sabe fazer de simples coisas, momentos felizes, aquele que valoriza o que se tem de maior valor nesse mundo, o amor, a amizade, a natureza, a vida em si. Esse sim consegue ser feliz at� nos momentos de tristezas, por que s�o nesses momentos que aprendemos e aprender � dar um passo para viver feliz, para valorizar o que realmente vale a pena e para aprender que somos seres errantes em busca da perfei�o. Aquele que tem consci�ncia disso e que consegue aprender at� com sua pr�pria derrota, mas que continua firme e de cabe�a erguida, j� � um vencedor no presente, sem precisar esperar do futuro que esse "t�tulo" caia no seu colo. Muitos se acham vencedores sem ser, outros nem sabe que s�o vencedores, mesmo sendo, mas todos buscam o mesmo caminho, a felicidade, por�m alguns n�o conseguem reconhec�-la dia ap�s dia e esses perdem muito tempo para descobrir o quanto j� foram felizes e quando isso acontece, j� n�o se tem muito mais tempo para desfrutar da beleza que � a vida. Ent�o que procuremos viver intensamente, sabendo reconhecer os momentos felizes nas pequenas grandes coisas que acontecem na nossa vida. Posso dizer que uma dessas pequenas grandes felicidades foi ter te conhecido e espero saber cultivar nossa amizade sempre! Um abra�o v�i!

Unknown disse...

Mto bom texto!
"as vezes canso de jogar..."
realmente, e o mais legal é que não tem disso e eu tb me recuso a parar.
A analogia com o jogo ficou otima!

Sempre com bons textos, atualiza maiss, tá?

bjo =*)

Gabi disse...

Texto incrível,Dani!

Tava sentindo falta de você por aqui já.

Tá difícil entrar,agora que tá chegando perto do vestiba neh?

Pra mim,também.

:/

mas tenta passar por aqui de vez em quando.

:*

mila. disse...

" e eu que já não sou assim muito de ganhar, levo a vida devagar pra não faltar amor..."

daani, isso foi tão lindo =~~

Manuca de Paula disse...

assim... atualiza!

plis?

Escrevendo pra esquecer disse...

Perfeito o teu texto. Perfeito mesmo. Abraço.

Jotacarlos. disse...

A vida sempre foi um jôgo, um jôgo muito difícil, um jôgo paranóico com jogadores ambulantes.

um abraço.

obs.: Tenho saudades de Boa Viagem, Barreiros, Ibura, Porto de Galinhas, e da família que taí.

Fábio Melo disse...

Respondi teu post lá no blog. E atualizei também :-)